A SEPLA repudia invasão policial da Escola Nacional Florestan Fernandes
A SEPLA faz suas as palavras solidárias da SEP ante o atentado à Escola Nacional Florestan Fernandes:
A Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) vem a público expressar seu total repúdio à brutal invasão pela polícia civil (SP), na manhã do dia 04 de novembro de 2016, da Escola Nacional Florestan Fernandes mantida pelo MST em Guararema (SP).
De forma violenta, com a utilização de armas letais e sem mandato judicial, a invasão é expressão inequívoca do estado de exceção em que vivemos, desde o fraudulento impeachment de uma presidenta eleita por 54 milhões de votos.
Aqueles que ordenaram tal ato têm a clara intenção de intimidar e criminalizar os movimentos sociais.
Não passarão!
Todo Apoio ao MST e à Escola Nacional Florestan Fernandes!
Fora Temer!
Nota oficial do MST sobre a invasão ilegal da polícia à ENFF
https://sepla21.org/a-sepla-repudia-invasao-policial-da-escola-nacional-florestan-fernandes/https://i0.wp.com/sepla21.org/wp-content/uploads/2016/11/2016-11-04-invasao-ENFF-repudio.jpg?fit=1024%2C625&ssl=1https://i0.wp.com/sepla21.org/wp-content/uploads/2016/11/2016-11-04-invasao-ENFF-repudio.jpg?fit=150%2C92&ssl=1América LatinaCapítulo BrasildeclaraçõesA SEPLA faz suas as palavras solidárias da SEP ante o atentado à Escola Nacional Florestan Fernandes: A Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) vem a público expressar seu total repúdio à brutal invasão pela polícia civil (SP), na manhã do dia 04 de novembro de 2016, da Escola Nacional...SEPLA seplalatinoamerica@gmail.comAdministratorSEPLAPolicia invade ENFF sem mandado de busca e apreensão
Na manhã desta sexta-feira (04), cerca de 10 viaturas da polícia civil invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo.
De acordo os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, pularam o portão da Escola e a janela da recepção e entraram atirando em direção às pessoas que se encontravam na escola. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas são de borracha e sim letais.
Neste momento, a polícia está em frente à ENFF. Diante da ação de advogados, os policiais recuaram. A invasão na Escola ocorreu sem mandado judicial, o que é ilegal.
O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos.
A operação em SP decorre de ações deflagradas no estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil executa mandados de prisão contra militantes do MST, reeditando a tese de que movimentos sociais são organizações criminosas, já repudiado por diversas organizações de Direitos Humanos e até mesmo por sentenças do STJ.
Mais Reforma Agrária e fim da criminalização do MST
Mais uma vez o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é vítima da criminalização por parte do aparato repressor do Estado Paranaense. A ação violenta batizada de “Castra” aconteceu na nessa sexta-feira (04/11/2016), no Paraná, em Quedas do Iguaçu; Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul; também em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O objetivo da operação é prender e criminalizar as lideranças dos Acampamentos Dom Tomás Balduíno e Herdeiros da Luta pela Terra, militantes assentados da região central do Paraná. Até o momento foram presos seis lideranças e estão a caça de outros trabalhadores, sob
diversas acusações, inclusive organização criminosa.
Desde maio de 2014, aproximadamente 3 mil famílias acampadas ocupam áreas griladas pela empresa Araupel. Essas áreas foram griladas e por isso declaradas pela Justiça Federal terras públicas, pertencentes à União que devem ser destinadas para a Reforma Agrária.
A empresa Araupel que se constitui em um poderoso império econômico e político, utilizando da grilagem de terras públicas, do uso constante da violência contra trabalhadores rurais e posseiros, muitas vezes atua em conluio com o aparato policial civil e militar, e tendo inclusive
financiado campanhas políticas de autoridades públicas, tal como o chefe da Casa Civil do Governo Beto Richa, Valdir Rossoni.
Salientamos que essa ação faz parte da continuidade do processo histórico de perseguição e violência que o MST vem sofrendo em vários Estados e no Paraná. No dia 07 de abril de 2016, nas terras griladas pela Araupel, as famílias organizadas no Acampamento Dom Tomas Balduíno foram vítimas de uma emboscada realizada pela Policia Militar e por seguranças contratados pela Araupel. No ataque, onde foram disparados mais de 120 tiros, ocorreu a execução de Vilmar Bordim e Leomar Orback, e inúmeros feridos a bala. Nesse mesmo latifúndio em 1997 pistoleiros da Araupel assassinaram em outra embosca dois trabalhadores Sem Terra.
Ambos os casos permanecem impunes.
Denunciamos a escalada da repressão contra a luta pela terra, onde predominam os interesses do agronegócio associado a violência do Estado de Exceção.
Lembramos que sempre atuamos de forma organizada e pacifica para que a Reforma Agrária avance. Reivindicamos que a terra cumpra a sua função social e que seja destinada para o assentamento das 10 mil famílias acampadas no Paraná.
Seguimos lutando pelos nossos direitos e nos somamos aos que lutam por educação, saúde, moradia, e mais direitos e mais democracia.
Lutar, construir Reforma Agrária Popular.
Curitiba, 04 de novembro de 2016.